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Fitohormonas

O termo hormona compreende as substâncias orgânicas biologicamente activas e que devem responder a 3 critérios:

- ter uma actividade a uma baixa concentração;

- ser sintetizada pelo próprio organismo;

- ser transportada do sítio de síntese ao sítio de acção onde ela influencia especificamente células;

As hormonas vegetais, ou fitohormonas, são compostos vegetais sintetizados pela planta a baixas concentrações e que possuem uma acção sobre o metabolismo e desenvolvimento de tecidos, geralmente, diferentes do seu lugar de produção.

Estas são caracterizadas normalmente por:

- moléculas de baixo peso molecular (<500 kd) ligado às dificuldades de translocação de célula a célula;

- estruturas químicas diferentes à excepção dos Brassinoesteróides, parecidos aos esteróides animais;

- são produzidas em diferentes regiões do organismo e activas à vez no lugar da síntese e à distância;

- agem frequentemente de maneira aditiva, antagonista, ou em sinergia sobre diversos fenómenos fisiológicos.

Estas hormonas são muito mais difíceis de estudar porque não agem sozinhas num mesmo fenómeno, mas sim em presença de outras hormonas que agem no mesmo sentido ou em sentido contrário.

Existem seis famílias destas hormonas vegetais conhecidas:

- auxinas (estimulante)

- giberelinas (estimulante)

- citocininas (estimulante)

- etileno (efeito misto)

- ácido abcísico (efeito misto)

- brassinoesteróides (estimulante)

Uma hormona liga-se a um receptor de natureza proteica transmitindo-lhe um sinal químico. Isto provoca uma transdução do sinal hormonal que normalmente corresponde a uma mudança de conformação que estimula uma actividade enzimática.

Auxinas

As auxinas foram as primeiras hormonas identificadas, em 1926 - o ácido-beta-indolil-acético (IAA). Estas são sintetizadas a partir do aminoácido triptofano. Não existem mutantes de IAA.

Estas são produzidas no ápice das folhas jovens e transportadas de maneira polarizada até ás raízes. São transportadas por meio de um transporte activo, de célula a célula, estimulado pelo ATP e dependente da temperatura (menor temperatura, menor actividade) e da presença de oxigénio.

Efeitos:

- elongação celular;

- controlo crescimento das gemas laterais - apresenta uma acção inibidora sobre os mesmos - dominância apical;

- estimula a divisão das células do câmbio (meristema secundário situado entre o floema e o xilema), portanto a formação de vasos condutores;

- estimula a rizogénese.

Giberelinas

Foram descobertas em 1950, em plantas com gigantismo (infecção por um fungo parasita). A muito baixas concentrações, estas hormonas estimulam o crescimento de plantas anãs.

Pertencem ao grupo dos terpenos, ou seja, são uma condensação de isoprenos.

Estão presentes em todas as plantas superiores e em alguns fungos, por isso, uma planta infectada por fungos apresenta gigantismo.

São sintetizadas no ápice do caule e da raíz, nas folhas jovens, nos frutos.

Efeitos:

- divisão, elongação e diferenciação celular;

- estimula o crescimento dos entre-nós, logo o crescimento do caule;

- estimulam o crescimento de espécies anãs;

- crescimento dos frutos - estimulam o desenvolvimento do pericarpo dos frutos (partenocarpia);

- elevação da dormência das gemas;

- tranformação de meristema vegetativo em meristema floral.

Citocininas

Efeitos biológicos múltiplos, mas o efeito inicialmente descoberto actua na divisão celular, mais propriamente na citocinése.

São sintetizadas por duas vias:

- uma relacionada com a adenina;

- outra relacionada com o metabolismo dos terpenos.

As citocininas são produzidas principalmente nas raízes, mas também nos embriões, nos frutos jovens e nos gomos, mas nunca nas folhas.

Efeitos:

- estimulam a divisão celular - duplicação dos cromossomas;

- formação e diferenciação de gomos, e crescimento daqueles que estão adormecidos pela auxina (antagonismo);

- inibem a rizogénese;

- retardam a senescência foliar;

- regulam o crescimento dos frutos.

Etileno

É um gás, descoberto em 1960 e é sintetizado a partir do aminoácido metionina.

Efeitos:

- iniciação da floração;

- inibição do crescimento, da abcisão e da senescência;

- maturação dos frutos.

O etileno é o principal responsável pela maturação dos frutos e isto corresponde a uma série de eventos bioquímicos como por exemplo a hidrólise do amido e o desaparecimento de ácido orgânicos. Estas mudanças conduzem a modificações na textura, gosto, perfume e cor do fruto.

Ácido abcísico
O ácido abcísico (ABA) é um associação de três moléculas de isopreno.

Efeitos:
- implicado na abcisão, ou seja, na queda das folhas e dos frutos;
- inibe o crescimento;
- fecho dos estomas
- trava o desenvolvimento dos entre-nós (antagonista das giberelinas);
- dormência das sementes e dos gomos.