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Sementes e Germinação

Desenvolvimento do endosperma
O endosperma é um tecido de natureza triploide, que envolve o embrião.
Quando o tubo polínico entra no óvulo larga dois núcleos espermáticos, um que se funde com o gâmeta feminino e outro com os dois núcleos polares da célula central. Isto vai formar este tecido diploide.

Em algumas angiospérmicas, o endosperma é digerido pelo próprio embrião e fica nos cotilédones:
- sementes em que as reservas encontram-se nos cotilédones;
- sementes em que as reservas encontram-se no endosperma;
- sementes em que as reservas são derivadas do nucelo.


Fig.1 - Semente com reservas nos cotilédones

Fig. 2 - Semente com reservas no endosesperma


Condições de germinação


Fig.3 - Evolução da matéria fresca da semente da ervilha durante a sua germinação

Numa primeira fase - antes da seta vermelha - dá-se hidratação da semente e aumento do volume da mesma - fase reversível.
Numa segunda fase - depois da seta vermelha - a semente mantém sempre o mesmo tamanho - fase irreversível.

Factores necessários à germinação
- água
- oxigénio
- temperatura óptima
- luz


Inibições e dermências

1) Sob condições favoráveis (CF) a semente germina.


2) Se a semente não cresce a CF coloca-se um tempo sob um período de seca e depois sob CF e ela cresce.

3) Pode ocorrer inibição pelo tegumento. Portanto esta germina depois do Inverno, ou após um período no frio.

4) Se há inibição pelo tegumento retira-se o embrião. Se este continuar a não germinar o problema é do próprio embrião, significa que este ainda não atingiu a maturidade fisiológica - dormência embrionária.



5) Se se retirar o embrião do tegumento e se este germinar, confirma-se a inibição tegumentar.


Fotosensibilidade
As sementes possuem um fotoreceptor que capta sinais luminosos, designado por fitocromo.
Este é sensível a dois comprimentos de onda específicos:
- 660 nm - vermelho claro
- 730 nm - vermelho escuro

Fig.4 - Funcionamento do fitocromo

O fitocromo inactivo (Pr), é sensível à luz vermelha clara, activando-se e mudando a sua conformação para Pfr. O fitocromo neste estado é sensível a comprimentos de onda que correspondem ao vermelho escuro, voltando para o estado inicial Pr.


Mobilização de reservas

Fig.5 - Mobilização das reservas numa semente


A amilase é produzida na camada aleurona do endosperma, e este processo é regulado pela hormona vegetal giberelina.
A amilase migra para o endosperma e digere o amido em maltose e seguidamente em glucose.
A glucose difunde-se até aos cotilédones e ao resto do embrião para o nutrir e ajudá-lo ao seu desenvolvimento.
O embrião liberta giberelinas e esta difunde-se até chegar novamente à camada de aleurona para produzir nova amilase.

Fig.6 - Grão de aleurona


Estruturas de uma plântula

Fig.7 - Esquema de uma plântula

O epicótilo é a região do caule situada entre os cotilédones e as primeiras folhas enquanto que o hipocótilo é a região entre a raíz e os cotilédones.


Germinação da semente de ervilha
- A totalidade das reservas encontram-se nos dois cotilédones;
- Germinação do tipo hipógea;
- O hipocótilo não se alonga e os cotilédones mantêm-se na terra;
- A plântula dá directamente o epicótilo para cima e uma primeira raíz para baixo;

Fig.8 - Germinação de Pisum sativum

Germinação do feijão
 A totalidade das reservas encontram-se nos dois cotilédones;
- Germinação do tipo épigea;
- Síntese de um eixo mais ou menos curto, desprovido de folhas, situado sob os cotilédones;
- O hipocótilo obriga a plântula a retirar os cotilédones da terra;

Fig.9 - Germinação de Phaseolus vulgaris

Germinação d'Allium sp.
- Embrião de uma monocotilédonea;
- Possui apenas um cotilédone.

Fig.10 - Germinação de Allium sp.


Fotomerização
Processo que predomina toda a vida de uma planta.

Fitômero - são regularmente produzidos pelos meristemas apicais. Cada fitômero compreende:
- um entre-nó;
- un nó;
- uma gema axilar.

As folhas são produzidas nos nós ao longo de uma disposição regular, bem como as gemas axiais - filotaxia.

A parte inferior do fitômero, os entre-nós nunca desenvolve folhas ou gemas ou qualquer outra coisa. É a parte de elongação da planta.

Fig.11 - Desenvolvimento de um fitômero

Legenda da figura:
P1 - fitômero
n1 - nós
en1 - entre-nós
B1 - gema axial
F1 - folha

Durante o desenvolvimento da plântula vai havendo acumulação de fitômeros. Esta organização depende da espécie e da idade da planta.
Esta organização permite distinguir duas plantas, com base nos parâmetros:
- número total de fitômeros;
- organização hierárquica dos fitômeros.
Assim pode-se distinguir duas arquitecturas predominantes: monopodial e simpodial.

Monopodial
A gema terminal axial (1), no topo, tem um desenvolvimento prioritário. As gemas axilares darão os ramos. Exemplo das árvores.

Fig.12 - Esquema de um sistema monopodial
Simpodial
Por vezes a gema terminal axial (1) desenvolve-se pouco ou não de desenvolve, isto resulta num caule baixo com vários ramos (2). Exemplo dos arbustos.
Fig.13 - Esquema de um sistema simpodial 


Dominância Apical
Por vezes, em certas plantas, há um crescimento rápido da gema terminal e não há nenhuma crescimento das gemas axilares. Isto pode ser explicado pela inibição da gema apical sobre estes - dominância apical.

A auxina produzida no topo e transportada para baixo, possui um papel bastante importante no desenvolvimento e crescimento da planta. Se se aplicar auxina no topo da planta, esta vai ser transportada para baixo e vai inibir o desenvolvimento de gemas axilares mantendo a dominância apical.

As citocininas são antagonistas da auxina na regulação de processos fisiológicos. Estas, se forem aplicadas nas gemas axilares provocam o desenvolvimento dos mesmos. 

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